Em um cenário marcado por incertezas econômicas, oscilações no mercado e transformações no estilo de trabalho, os espaços de coworking se destacam não apenas como alternativas ao modelo tradicional, mas como soluções estratégicas para diferentes perfis de usuários. Eis as razões concretas para esse crescimento:
1. Expansão acelerada com base em números reais
- Nos EUA, até fevereiro de 2025, havia 7.814 espaços de coworking no país, um aumento de 25% em relação ao ano anterior. A área total ocupada chegou a 140,1 milhões de pés², crescimento de 15,2% em comparação ao período anterior. O coworking passou a representar 2,0% do total de escritórios, alta de 30 pontos-base em doze meses.
- Globalmente, o mercado foi valorizado em US$ 22,01 bilhões em 2024, com previsão de chegar a US$ 25,11 bilhões em 2025, e projeção de atingir impressionantes US$ 82,12 bilhões até 2034, com crescimento anual médio de 14,1%.
- No Brasil, o crescimento também é notável: em 2024, o número de coworkings cresceu 20%, com quase 3 mil espaços registrados. São Paulo lidera, concentrando 58% do total, e 29% desses espaços estão integrados a empreendimentos residenciais.
Esses números evidenciam que, mesmo em meio à volatilidade econômica, a adoção de coworking está em ascensão consistente e global.
2. Flexibilidade e redução de custos em tempos de vacância e crise imobiliária
- O modelo flexível de coworking permite que empresas e profissionais ajustem seu uso de espaço conforme a demanda, reduzindo compromissos longos com imóveis, especialmente útil diante de altos índices de vacância em centros urbanos.
- O conceito de hot desking (mesas compartilhadas), presente na maioria dos coworkings (92% dos espaços oferecem essa modalidade), ajuda a otimizar custos e uso eficiente do espaço.
- Muitos coworkings oferecem modelos híbridos de contrato, sem os riscos dos longos arrendamentos comerciais, como demonstrado por empresas como Industrious, que chegam a operar via joint ventures ou gestão (estratégia que reduz o risco e aumenta a flexibilidade).
3. Empresas tradicionais entrando com força no modelo
- A gigante do mercado imobiliário **CBRE anunciou, em janeiro de 2025, a aquisição dos 60% restantes da Industrious, avaliando a empresa em cerca de US$ 800 milhões — evidência de que o coworking já é parte estratégica da indústria imobiliária tradicional.
- Na Espanha, a operadora Networkia cresceu 40% ao ano entre 2021 e 2025 em termos de metragem operada. Está construindo seu coworking mais amplo em Barcelona (4.500 m²) e planeja abrir outro em Madrid, além de considerar expansão internacional.
4. Adaptação a novos estilos de trabalho (suburbanização e descentralização)
- O êxodo urbano durante a pandemia fomentou um movimento duradouro: coworkings em áreas suburbanas estão em forte alta até 2025, atendendo àqueles que buscam proximidade com casa e boa infraestrutura linkedin.com.
- Empreendimentos focados em regiões menos saturadas, como Urban Co-Works em cidades menores dos EUA, mostram resiliência e rápida recuperação, mesmo após perdas significativas durante a pandemia. Novas unidades abriram em fevereiro de 2025
Em resumo, o coworking cresce porque oferece uma resposta ágil, humana e eficiente às demandas de um mundo em constante transformação. Ele reúne flexibilidade, economia, comunidade e adaptabilidade, que são ingredientes ideais para quem busca espaço e segurança em tempos incertos.
